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Afinal, o que é o racismo ambiental?

  • Foto do escritor: Nara Rotandano
    Nara Rotandano
  • 3 de mai. de 2024
  • 2 min de leitura

Atualizado: 9 de mai. de 2024


"RACISMO AMBIENTAL": À primeira vista, essa expressão pode parecer inusitada, até mesmo sem sentido para alguns. No entanto, independente das estranhezas que seu uso possa provocar, trata-se de uma realidade complexa que permeia a sociedade. Por isso, meu objetivo com este texto é apresentar esse conceito, evidenciando seus aspectos e demonstrando as relações entre as lutas raciais e a proteção ao meio ambiente.




Em alguns cenários também é comum a utilização de outro par de palavras: "injustiça ambiental" para retratar situações com considerável semelhança. Isso acontece porque ambos os conceitos compartilham a ideia de que certos grupos de pessoas são desproporcionalmente afetados por impactos ambientais negativos, como poluição, degradação ambiental e acesso limitado a recursos naturais essenciais. No entanto, enquanto o racismo ambiental enfatiza a dimensão racial dessa desigualdade, a injustiça ambiental abrange uma gama mais ampla de fatores sociais, econômicos e políticos que contribuem para a marginalização e a vulnerabilidade desses determinados grupos.


Ou seja, teoricamente, são termos parecidos, mas não iguais. Contudo, na prática, principalmente no Brasil, esses dois fenômenos muitas vezes se sobrepõem e se reforçam mutuamente. Haja vista que grande parte das comunidades marginalizadas do nosso país também são minorias raciais, o que pode ser atribuído a uma série de fatores históricos e sociais, remontando ao período de escravidão e à abolição mal elaborada que não proporcionou formas adequadas de sustento para a maioria dos escravizados após a libertação. Como resultado, muitos desses indivíduos foram forçados a viver em condições precárias e desfavorecidas (mas essa discussão já fica para outro texto - Leia: Qual a relação entre escravidão e meio ambiente?).


O foco aqui é destacar que esses grupos enfrentam barreiras no acesso a serviços públicos essenciais para a preservação em ambientes urbanos, como planejamento urbano, coleta de lixo e saneamento básico, o que muitas vezes resulta em poluição, alagamentos, deslizamentos e desabamentos de casas, etc.. Assim a privação de serviços básicos causa problemas, que causam outros problemas, e outros e outros... que curiosamente, afetam em maior intensidade aqueles que menos contribuem com grandes impactos ambientais em escala global, como emissões de carbono e consumo excessivo de recursos naturais.


Reconhecer o fenômeno do racismo ambiental e suas ramificações é uma etapa importante para evidenciar como a luta por justiça social e ambiental estão intrinsecamente conectadas. É o primeiro passo para ampliar o debate e promover discussões essenciais, principalmente no ambiente educacional, onde estamos ajudando a construir os cidadãos do futuro. Ao fomentar o diálogo e a reflexão crítica sobre essas questões, estamos contribuindo para a formação de indivíduos conscientes, capazes de reconhecer e combater as injustiças em todas as esferas da sociedade.


A educação é uma ferramenta poderosa para promover a mudança e construir um futuro mais justo e equitativo para todos.




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