A matemática na horta escolar
- Nara Rotandano
- 19 de jun. de 2024
- 3 min de leitura
Atualizado: 20 de jun. de 2024

Como já foi falado no texto anterior (leia em: Hortas escolares são exemplo de educação ambiental?), uma horta escolar é um recurso valioso que pode ser integrado de maneira significativa nas aulas de várias disciplinas, proporcionando uma experiência de aprendizado prática e contextualizada. Hoje exemplificaremos com sugestões direcionadas as aulas de matemática, que além de permitir o desenvolvimento de habilidades matemáticas fundamentais, oferecem uma oportunidade única para discutir questões socioambientais e promover a consciência dos estudantes.
Prática matemática
Medir os espaços da horta: Os alunos podem medir o comprimento, a largura e a área e perímetro dos canteiros, aprendendo sobre unidades de medida e conversões, de áreas onde a horta já foi implantada, ou planejar e ordenar as áreas em que será instalada.
Planejar as semeaduras e plantios: Os estudantes podem planejar os espaçamentos entre plantas, as rotação de culturas, estimando a quantidade de sementes necessárias e os períodos de plantio.
Estimar custos e rendimentos Os alunos podem calcular, ou estimar, os custos de implantação e manutenção da horta e os após o inicio da produção calcularem também os resultados econômicos de cultivar alimentos (mesmo não havendo venda, é possível calcular a economia em não comprar determinados produtos), promovendo a compreensão de conceitos financeiros.
Aspectos reflexivos
Precisão e Estimativa: Como podemos usar os dados da horta para discutir a importância da precisão e da estimativa em projetos agrícolas? Quais são as consequências de erros de cálculo na agricultura?
Planejamento Sustentável: De que maneira o planejamento e a organização do espaço na horta refletem a importância do planejamento urbano sustentável? Como podemos aplicar esses princípios em outras áreas da nossa vida?
Economia Doméstica: Como os cálculos de custos e benefícios da manutenção de uma horta podem ser aplicados na economia doméstica? Quais são as vantagens econômicas e sociais de cultivar seus próprios alimentos?
Necessidade de Espaço: Discutir a necessidade de espaço para que residências possam ter suas próprias hortas. Como a falta de espaço em áreas urbanas afeta a capacidade das famílias de cultivar seus próprios alimentos?
Uso de Agrotóxicos: Explorar a questão do uso de agrotóxicos para aumentar a produtividade das áreas agrícolas. Quais são os impactos ambientais e de saúde associados ao uso de agrotóxicos? Existem alternativas viáveis?
Distribuição de Alimentos: Analisar a afirmação de que a fome no mundo não é causada pela falta de alimentos, mas pela má distribuição. Como os cálculos de produção e distribuição de alimentos podem ser usados para entender melhor essa questão? Quais soluções matemáticas poderiam ajudar a melhorar a distribuição de alimentos?
Essas são apenas algumas ideias iniciais que podem ser adaptadas ou complementadas para se adequar melhor à realidade e às necessidades de cada turma. Professores podem explorar questões específicas da realidade local dos estudantes, como problemas de abastecimento de alimentos, práticas agrícolas na comunidade, ou iniciativas locais. Ao contextualizar as atividades da horta escolar, é possível tornar o aprendizado ainda mais significativo e engajador, promovendo um ensino que é ao mesmo tempo relevante e transformador. A flexibilidade para adaptar esses conceitos permite que os professores criem um ambiente de aprendizado dinâmico e conectado com a vida dos alunos, incentivando a participação ativa e o desenvolvimento de um pensamento crítico e consciente.
Integrar a horta escolar nas aulas de Matemática não apenas enriquece o aprendizado dos alunos, mas também os incentiva a pensar de maneira crítica sobre o uso dos recursos naturais e o equilíbrio ambiental. Ao aplicar conceitos matemáticos em um contexto prático e relevante, os estudantes desenvolvem habilidades que vão além da sala de aula, preparando-os para enfrentar os desafios do mundo real de maneira consciente e responsável. Discussões sobre a necessidade de espaço para hortas, o uso de agrotóxicos e a distribuição de alimentos contribuem para formar cidadãos mais conscientes das questões socioambientais e econômicas que afetam nossa sociedade.
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