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Músicas na educação - Lama, Mulamba

  • Foto do escritor: Nara Rotandano
    Nara Rotandano
  • 15 de mai. de 2024
  • 1 min de leitura

Esse texto faz parte da série "músicas na educação", se você não leu os outros, veja aqui: Músicas na educação. Você também pode ouvir nossa playlist completa no YouTube.


A música "Lama" da banda Mulamba é uma composição de Amanda Pacífico e traz uma poderosa reflexão sobre os impactos devastadores da degradação ambiental, especificamente causada pela contaminação de rios e cursos d'água por resíduos tóxicos, como ocorreu no desastre ambiental de Mariana em 2015. Vamos analisa-la com mais detalhes a seguir:

Era só mais um peixe Era só mais um rio Água deu lugar pra lama Tá tudo vazio Perder de tudo é duro É chão, é arribação Cavar tudo de novo

A música inicia apresentando a transformação de um ambiente saudável em um cenário de desolação devido à contaminação por lama. A perda da vida e da biodiversidade é destacada, assim como a a dificuldade enfrentada diante das perdas irreparáveis, tanto material quanto emocional.

É lama, é barro, é doce, é mancha, é sangue, é feto Fincapé, é oração É lama, é barro, é doce, é mancha, é sangue, é feto É sede, é mato, é fome, é mãe, é tudo quieto

A descrição segue listando a destruição que restou e a vida que se perdeu.

Quem vai pagar as contas?

Plantar com a mão os pés

Regar mananciais

E a vida desses outros animais

O questionamento faz pensar sobre a culpa, que pertence a um, e a responsabilidade de reparar os danos ambientais e principalmente lidar com as consequências, que recai sobre outros.

Pra descer todo santo ajuda

Assumir de quem é a culpa

Água é vida mas mata

Toda mata devasta

A destruição é simples, facilmente alcançada sem esforço, mas a recuperação é árdua, mais ainda quando não há responsabilização efetiva, então aquilo que trazia vida se transforma em veneno e se espalha.

Por meio de sua poesia e crítica social essa música nos convida à refletir sobre a importância da proteção ambiental e da responsabilização necessária para minimizar os impactos após a ocorrência, mas também para evitar que se torne algo rotineiro, devido as dificuldades durante e após esses desastres. Entretanto, infelizmente essa mensagem não foi transmitida com sucesso, uma prova disso é que cerca de 5 anos após o desastre de Mariana (e de um ano após o lançamento da música), um cenário similar foi replicado em Brumadinho, evidenciando que a sociedade não aprendeu com os seus erros.


Mas o colapso ambiental ainda não atingiu seu estado final, ainda é possível minimizar os impactos das atividades humanas, e como educadores devemos fazer nossa parte na sala de aula. Por isso é importante levar temas como esse para a sala de aula e incentivar nossos alunos a refletir e perceber o mundo a nossa volta de forma crítica, para a assim evitar que novas cenas como a de Mariana, Brumadinho e tantas outras, se repitam.


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