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Músicas na educação - O progresso

  • Foto do escritor: Nara Rotandano
    Nara Rotandano
  • 25 de mai. de 2024
  • 1 min de leitura

Esse texto faz parte da série "músicas na educação", se você não leu os outros, veja aqui: Músicas na educação. Você também pode ouvir nossa playlist completa no YouTube.


A música de hoje é "O progresso", cantada por interpretes famosos como Roberto Carlos e Zé Ramalho. Uma canção que apresenta uma profunda reflexão sobre os desafios ambientais e sociais enfrentados pela humanidade, destacando questões como a destruição da natureza, a poluição, e a necessidade de um desenvolvimento mais ambientalmente equilibrado e socialmente ético. A seguir vamos analisar os trechos de forma mais específica:

Eu queria poder afagar

Uma fera terrível

Eu queria poder transformar

Tanta coisa impossível Eu queria dizer tanta coisa

Que pudesse fazer

Eu ficar bem comigo

Eu queria poder abraçar

Meu maior inimigo

A música se inicia evidenciando o estado crítico da situação ambiental mundial, numa destruição tão intensificada que torna as possibilidades de remediação quase utópicas. Este início estabelece o tom de preocupação e impotência diante da devastação ambiental, ao mesmo tempo que insinua uma crítica à ausência de interesse coletivo frente a problemas.

Eu queria não ver

Tantas nuvens escuras nos ares

Navegar sem achar tantas manchas

De óleo nos mares

E as baleias desaparecendo

Por falta de escrúpulos comerciais

Eu queria é ser civilizado

Como os animais

Aqui se destaca a poluição, tanto do ar quanto dos oceanos, criticando à ganância e à falta de ética que impulsionam a destruição dos recursos naturais em prol dos melhores rendimentos econômicos momentâneos, que resultam na diminuição da qualidade da natureza e dos seus serviços. A comparação com os animais destaca o quanto o ser humano se afastou da sua própria natureza, e ao invés de viver em harmonia com as outras espécies, busca ao desenvolvimento que muitas vezes leva a destruição ambiental.

Eu queria não ver

Todo o verde da terra morrendo

E das águas dos rios

Os peixes desaparecendo

Eu queria gritar que esse tal

De ouro negro não passa

De um negro veneno

E sabemos que por tudo isso

Vivemos bem menos

A crítica continua, abordando a devastação de outros ecossistemas, mencionando a morte das florestas e a contaminação dos rios. A preocupação com a destruição da natureza é vinculada à crítica do petróleo, que, apesar de seu valor econômico, é descrito como um veneno, para evidenciar seu potencial de poluir e gerar conflitos com sua exploração. Destacando a hipocrisia e a falta de visão de uma sociedade que sacrifica o futuro e a saúde do planeta por ganhos econômicos de curto prazo.

Eu não posso aceitar certas coisas

Que eu não entendo

Um comércio das armas de guerra

Da morte, vivendo

Eu queria falar de alegria

Ao invés de tristeza

Mas não sou capaz

Eu queria é ser civilizado

Como os animais

A hipocrisia humana é enfatizada novamente ao destacar a indústria bélica e a comercialização da guerra, criticando o paradoxo de uma economia que prospera com a produção de armas e a perpetuação da violência que tem como único resultado possível a destruição. O lamento continua informando a incapacidade de falar de alegria diante à prevalência da destruição, e reafirma o desejo de uma sociedade mais ética e pacífica, comparando, novamente, o comportamento humano completamente desconexo dos demais animais.

Não sou contra o progresso

Mas apelo pro bom senso

Um erro não conserta o outro

Isso é o que eu penso

Na conclusão, fica claro que não se trata de contrariar o desenvolvimento e consequente progresso, mas sim de ressaltar a necessidade de bom senso ao escolher os caminhos que serão percorridos para alcança-los. Dessa forma, o trecho final concentra a mensagem central da música: a necessidade de equilibrar avanços tecnológicos e industriais com a proteção da natureza, garantindo um futuro mais harmonioso para todos os seres vivos durante mais tempo.

Por fim, é possível considerar que essa música é uma poderosa reflexão sobre os desafios da atualidade, sobretudo os socioambientais. A letra critica a destruição ambiental desregrada e ao mesmo tempo que destaca o apelo para uma abordagem mais harmônica para o desenvolvimento da sociedade. Tais reflexões são pertinentes de serem exploradas em sala de aula, por isso essa música pode ser uma ferramenta eficaz para introduzir o tema e propor aos estudantes a analisar a realidade e questionar os critérios que fundamentam e norteiam o progresso da humanidade.


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