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Músicas na educação - Passarinhos, Emicida

  • Foto do escritor: Nara Rotandano
    Nara Rotandano
  • 13 de mai. de 2024
  • 1 min de leitura

Esse é o terceiro texto dessa série "músicas na educação", se você não os anteriores, veja aqui: Músicas na educação. E ouça nossa playlist completa no YouTube.


Hoje vamos pensar sobre a música "Passarinhos", composição de Marcos Jose Ferro Levy e Emicida, que traz uma mensagem contundente e direta, como sugere o próprio título, sobre os impactos da degradação ambiental e da poluição na vida das pessoas e na natureza. Através de uma letra simples somos convidados a refletir sobre a urgência de preservar o meio ambiente e os recursos naturais para garantir a sobrevivência das futuras gerações.

Despencados de voos cansativos

Complicados e pensativos

Machucados após tantos crivos

Blindados com nossos motivos

Amuados, reflexivos

E dá-lhe antidepressivos

Acanhados entre discos e livros

Inofensivos

A música inicia com reflexão sobre os desafios da vida moderna, retratando as dificuldades da classe trabalhadora, o desgaste é tanto que torna as pessoas esgotadas demais para discutir e lutar por condições melhores de bem estar, que como veremos a seguir também é influenciado pelas condições ambientais.

Será que o Sol sai prum voo melhor?

Eu vou esperar

Talvez na primavera

O céu clareia, vem calor, vê só

O que sobrou de nós e o que já era

Em colapso o planeta gira

Tanta mentira aumenta a ira de quem sofre mudo

A página vira, o são delira

Então a gente pira e, no meio disso tudo, tamo tipo

Apesar da estagnação há esperança em meio às dificuldades, sugerido pela referência ao sol e a primavera. Por outro lado, há uma crítica à situação atual do mundo, tanto como planeta quanto como sociedade, que em desequilíbrio tentam continuar em funcionamento até que ideia de virada de página sugere uma possibilidade de mudança, mesmo que acompanhada de desespero.

Passarinhos soltos a voar, dispostos a achar um ninho

Nem que seja no peito um do outro

Passarinhos soltos a voar, dispostos a achar um ninho

Nem que seja no peito um do outro

Esses versos transmitem uma sensação de solidariedade e união em meio às adversidades, destacando o quanto a colaboração tem se mostrado um caminho para se manter.

A Babilônia é cinza e neon, eu sei

Meu melhor amigo tem sido o som, okay

Tanto carma lembra Armagedom, orei

Busco vida nova tipo ultrassom, achei

A Babilônia sugere um cenário de caos enquanto a referência ao som indica a resistência diante das dificuldades do fim representado pelo Armagedom, mas que tem possibilidade de salvação pela vida nova.

Cidades são aldeias mortas, desafio nonsense

Competição em vão, que ninguém vence

Pense num formigueiro, vai mal

Quando pessoas viram coisas, cabeças viram degraus

A crítica segue pela desumanização urbana em que grupos sempre tentam se superar, mesmo que no fim ganhar alguma coisa represente a perda de alguma coisa para todos, como a destruição do meio ambiente em prol de um lucro que no futuro não vai salvar o planeta.

No pé que as coisas vão, jão, doideira

Daqui a pouco resta madeira nem pro caixão

Era neblina, hoje é poluição

Asfalto quente queima os pé no chão

Carros em profusão, confusão

Água em escassez, bem na nossa vez

Assim não resta nem as barata (é memo)

Injustos fazem leis e o que resta procês?

Escolher qual veneno te mata

A narrativa se aprofunda nos desafios da sociedade contemporânea, com críticas a questões ambientais, sociais e políticas. Sendo projetando que com o impacto da vida atual, no futuro, os recursos não estarão disponíveis, e que todo o caos que já é perceptível hoje se tornará ainda pior, tudo isso alimentado por ações políticas que não propõem soluções significativas, mas sim uma escolha entre opções que mantém o mesmo caminho atual.

"Passarinhos" é muito mais do que uma simples música; é um chamado à reflexão sobre a condição humana e o estado do nosso planeta. Por meio de uma narrativa poética somos confrontados com os desafios enfrentados pela sociedade moderna, tanto em termos ambientais quanto sociais. Mas também é uma mensagem de esperança, de que mediante ações concretas é possível caminhar para um futuro em que a vida como conhecemos seja mantida. Tudo isso é expresso em uma canção atual e pode ser um meio eficiente de introduzir os debates em sala de aula, e de fazer os estudantes refletirem sobre os aspectos socioambientais da vida de forma crítica.


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