Caatinga: Exclusividade brasileira e resistência

A Caatinga é um bioma totalmente brasileiro - o único que existe apenas no nosso país. Ocupa cerca de 10% do território nacional e se espalha por quase toda a região Nordeste, além do norte de Minas Gerais. Ao contrário do que muitos pensam, ela não é um lugar “sem vida” ou “seco demais”, mas sim um ambiente cheio de adaptações surpreendentes e riqueza biológica.

Apesar do clima semiárido e das chuvas irregulares, a Caatinga abriga quase 5 mil espécies de plantas, muitas delas com folhas pequenas, espinhos ou raízes profundas para sobreviver longos períodos de seca. Mais de 1.100 espécies de animais vivem nesse bioma, incluindo gatos-do-mato, tamanduás, tatus, veados, corujas, lagartos e serpentes. Infelizmente, muitas dessas espécies estão ameaçadas de extinção devido à destruição do habitat natural.

Estima-se que 80% da vegetação original da Caatinga já foi alterada, principalmente pelo desmatamento e pelas queimadas, que ocorrem desde os tempos do Brasil colônia. Mesmo assim, cerca de 27 milhões de pessoas ainda vivem na região, muitas em comunidades rurais que dependem diretamente dos recursos da natureza para sobreviver.

Essa convivência com a seca moldou uma cultura marcada pela resiliência, com saberes tradicionais sobre como cultivar, criar animais e conservar a água. A Caatinga também é fonte de produtos como frutas nativas, plantas medicinais, madeira, mel e forragem para o gado, que podem ser usados de forma sustentável.

Além disso, cuidar da Caatinga é essencial para evitar a desertificação, um processo de degradação que transforma áreas semiáridas em terras improdutivas. Preservar esse bioma é garantir água, vida e futuro para milhões de pessoas.

Trabalhar a Caatinga em sala de aula é uma oportunidade de quebrar estereótipos, valorizar a diversidade ambiental e cultural do Nordeste e discutir temas como adaptação, sustentabilidade, conservação e justiça social.

Saiba mais: Brasil, Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima. Caatinga. 2024. Acesso em 13/05/25).