Mata Atlântica: biodiversidade, ameaças e importância ecológica
- Nara Rotandano
- 15 de mai.
- 2 min de leitura

A Mata Atlântica é um dos biomas mais ricos em biodiversidade do planeta, embora hoje reste apenas uma pequena parcela de sua vegetação original. Estendendo-se originalmente por mais de 1,3 milhão de km², desde o Rio Grande do Norte até o Rio Grande do Sul, adentrando também o interior do Brasil em estados como Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso do Sul, esse bioma abrigava uma complexa variedade de ecossistemas, como florestas densas, restingas, manguezais e campos de altitude.
Mesmo reduzida a cerca de 12% de sua cobertura original, a Mata Atlântica continua sendo um dos principais hotspots mundiais de biodiversidade. Estima-se que nela existam mais de 20 mil espécies de plantas – muitas endêmicas –, além de cerca de 850 espécies de aves, 370 de anfíbios, 200 de répteis, 270 de mamíferos e mais de 350 espécies de peixes de água doce.
Esse bioma é responsável por inúmeros serviços ecossistêmicos essenciais, como a regulação do clima, a proteção dos solos, a purificação do ar e da água, além da manutenção de recursos hídricos – abriga nascentes de bacias hidrográficas importantes, como as do rio Paraná e do rio Doce. Por cobrir áreas de relevo acidentado e regiões costeiras densamente povoadas, sua função na estabilidade dos solos e na prevenção de deslizamentos também é relevante.
A intensa ocupação humana desde o período colonial resultou em extensivo desmatamento e fragmentação da vegetação, principalmente para dar lugar à agricultura, à pecuária, à expansão urbana e à extração de madeira. Hoje, a Mata Atlântica concentra mais de 70% da população brasileira e boa parte dos centros urbanos e industriais do país, o que acentua ainda mais a pressão sobre os remanescentes florestais.
Apesar disso, a Mata Atlântica é um dos biomas mais protegidos legalmente no Brasil. A Lei da Mata Atlântica (Lei nº 11.428/2006) estabelece critérios específicos para sua conservação e recuperação, reconhecendo sua importância ecológica e histórica. Diversas iniciativas públicas e privadas, como programas de restauração florestal, corredores ecológicos e criação de Unidades de Conservação, têm buscado recuperar áreas degradadas e reconectar fragmentos isolados.
Preservar a Mata Atlântica é fundamental não apenas para a conservação da biodiversidade, mas também para garantir a qualidade de vida de milhões de brasileiros. A recuperação de áreas degradadas, a valorização das comunidades tradicionais e a adoção de práticas sustentáveis são caminhos possíveis para conciliar conservação ambiental e desenvolvimento humano nesse bioma tão ameaçado.
Saiba mais: Brasil, Ministério do Meio Ambiente e Mudanças do Clima. Mata Atlântica. 2024. Acesso em: 14/05/25.
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