Pantanal: o bioma das águas
- Nara Rotandano
- há 6 dias
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O Pantanal é conhecido mundialmente por suas paisagens exuberantes, repletas de vida selvagem, espelhos d’água e horizontes amplos. Localizado nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, esse bioma ocupa cerca de 1,8% do território nacional e é reconhecido como a maior planície alagável contínua do planeta. Sua dinâmica sazonal de cheias e secas determina as paisagens e os modos de vida que se desenvolvem na região, constituindo sua principal característica ecológica e cultural.
Apesar de abrigar predominantemente vegetações típicas do Cerrado, o Pantanal também apresenta elementos de outros biomas, como a Caatinga e pequenos trechos de florestas. Essa diversidade de formações vegetais contribui para a impressionante biodiversidade pantaneira. São mais de 1.600 espécies de plantas conhecidas no bioma e, entre as que tiveram seu estado de conservação avaliado, cerca de 14% estão ameaçadas de extinção.
Já em relação à fauna, o número ultrapassa 1.200 espécies conhecidas, incluindo peixes, répteis, aves e mamíferos, com destaque para o jacaré-do-pantanal, a ariranha, a onça-pintada, a anta e o emblemático tuiuiú, ave símbolo do bioma. Curiosamente, muitas espécies que enfrentam risco de extinção em outras partes do Brasil ainda mantêm populações saudáveis no Pantanal, o que demonstra seu papel como refúgio ecológico.
Além de sua importância ambiental, o bioma Pantanal é um território de culturas vivas. Comunidades tradicionais, como indígenas, quilombolas, ribeirinhos, coletores de iscas e populações pantaneiras que vivem nas margens dos rios, têm desenvolvido, ao longo de gerações, modos sustentáveis de convivência com o ciclo das águas. Essas formas de vida moldaram práticas culturais únicas, que integram conhecimento ecológico local e contribuem para a conservação do bioma.
Ainda que seja o bioma mais preservado do Brasil em termos percentuais, o Pantanal enfrenta crescentes pressões humanas. As atividades agropecuárias, sobretudo nas áreas de planalto vizinhas à planície alagável, têm impactado negativamente a região. A conversão de áreas naturais, o uso de agrotóxicos e o assoreamento dos rios colocam em risco não apenas a biodiversidade, mas também os modos de vida tradicionais. Atualmente, apenas cerca de 4,7% do Pantanal encontra-se protegido por Unidades de Conservação, o que demonstra a necessidade de fortalecer políticas públicas voltadas à proteção da região.
Além disso, o Pantanal é reconhecido como Patrimônio Nacional pela Constituição Federal e também como Patrimônio Mundial Natural e Reserva da Biosfera pela UNESCO. Esses títulos expressam seu valor ecológico e cultural não apenas para o Brasil, mas para toda a humanidade.
Diante disso, é essencial que o Pantanal seja mais conhecido, valorizado e defendido, especialmente no ambiente escolar. A educação tem o poder de sensibilizar novas gerações para a importância da biodiversidade e para a pluralidade de culturas que formam o país. Ao apresentar o Pantanal em sala de aula, educadores não só ampliam o repertório dos estudantes, como também os convidam a refletir sobre as relações entre natureza, território, cultura e sustentabilidade.
Saiba mais: Brasil, Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima. Pantanal. 2024. Acesso em: 17/05/25.
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